Dacia - a transformaĆ§Ć£o de Cinderela em princesa europeia
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Dacia - a transformaĆ§Ć£o de Cinderela em princesa europeia

Muitas pessoas associam a marca Dacia a carros baratos, meio arruinados e, no final, estilisticamente crus que inundaram nosso mercado nos anos 80 e inĆ­cio dos anos 90. Infelizmente, poucos apreciam o fabricante romeno, que ao longo dos anos evoluiu de uma pequena produĆ§Ć£o para um player sĆ©rio no mercado.

Ao mesmo tempo, o Dacia 1300 era uma visĆ£o muito comum nas estradas polonesas. Infelizmente, hoje esta relĆ­quia do passado Ć© uma verdadeira raridade, e exemplos em bom estado sĆ³ podem ser encontrados nos museus automotivos da NRL ou nas garagens de colecionadores que relutam em trazer seus tesouros Ć  luz. NĆ£o Ć© de estranhar que estes carros contenham uma enorme quantidade de histĆ³ria, bastante turbulenta, extremamente interessante e cheia de coraĆ§Ć£o automĆ³vel.

Depois de uma introduĆ§Ć£o um tanto melancĆ³lica, voltemos Ć s origens da marca Dacia. ComeƧaremos com o bĆ”sico, ou seja, de onde veio o nome da marca. A origem Ć© bastante complicada, pois a marca romena, que obviamente tem origem na RomĆŖnia sob o nome Uzina De Autoturisme Pitesti, vem da provĆ­ncia romana de Dacia. Uma vez que esta provĆ­ncia estava localizada no territĆ³rio da atual RomĆŖnia. Inicialmente, esta terra era formada por fronteiras naturais - ao norte fazia fronteira com os CĆ”rpatos, a leste com o rio Prut, ao sul com o baixo DanĆŗbio e a oeste com sua parte central. Mas vamos acabar com as complexidades geohistĆ³ricas e voltar ao nosso personagem principal.

A maioria das pessoas que jĆ” teve contato com a marca Dacia acredita que desde recentemente a empresa Ć© de propriedade integral da francesa Renault. Ɖ claro que hĆ” alguma verdade nisso, mas poucas pessoas sabem que a fĆ”brica romena tem cooperado estreitamente com os franceses quase desde o inĆ­cio de sua existĆŖncia. Vamos ao inĆ­cio, ou seja. Ć  criaĆ§Ć£o da marca Dacia em 1952 sob a forma de Uzina de Autoturisme Pitesti, com sua principal fĆ”brica em Kolibashi (agora Mioveni) perto de Pitesti. HĆ” quase 10 anos, comeƧou aqui a produĆ§Ć£o de peƧas para aeronaves, por isso nĆ£o foi difĆ­cil redesenhar as linhas de montagem para a produĆ§Ć£o de carros.

Como jĆ” mencionado, a Dacia trabalhou em estreita colaboraĆ§Ć£o com a Renault quase desde o inĆ­cio. A fĆ”brica romena nĆ£o apenas utilizou as tecnologias da empresa francesa, mas tambĆ©m produziu carros sob sua licenƧa, como veremos agora. Ɖ verdade que a Dacia tentou vĆ”rias vezes criar algo prĆ³prio, como um carro chamado Mioveni em 1966, mas essa e outras tentativas nĆ£o tiveram sucesso. A Dacia decidiu abandonar suas ambiƧƵes em favor de desenvolvimentos comprovados. Pelo menos temporariamente.

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Um ano apĆ³s a assinatura do acordo de cooperaĆ§Ć£o, nasce outro modelo Dacia - 1300. O carro Ć© claramente baseado no Renault 12. Neste caso, parece que o equivalente romeno da Renault adquiriu, pelo menos em nosso paĆ­s, muito mais. popularidade do que o original francĆŖs. A popularidade foi tĆ£o grande que nos anos seguintes tambĆ©m foram criadas novas versƵes do motor, incluindo o 1210, 1310 ou 1410, alĆ©m de estilos de carroceria como a perua de 1973 ou a entĆ£o revolucionĆ”ria picape.

Hoje, considera-se que o Dacia 1300 transportou a marca romena das planĆ­cies orientais para as terras altas europeias. NĆ£o Ć© de surpreender que o modelo tenha sido produzido em muitas modificaƧƵes atĆ© 1980. Obviamente, a ambiĆ§Ć£o romena voltou, graƧas Ć  qual foram criadas variaƧƵes interessantes do modelo, que, infelizmente, nĆ£o entraram em produĆ§Ć£o em massa. AlĆ©m do modelo 1300p, que reinou supremo nas estradas polonesas, houve experiĆŖncias como o cupĆŖ Brasovia ou o Dacia Sport. Ɖ uma pena que os carros nĆ£o tenham saĆ­do das mesas de design, porque poderiam poluir seriamente o mercado de carros esportivos naqueles anos. Outros sonhos nĆ£o realizados da marca incluem o modelo de entrega 1308 Jumbo ou uma picape off-road com traĆ§Ć£o nas quatro rodas.

Os anos 80 e 90 foram mais uma vez a ambiĆ§Ć£o, superada pelo sentido da marca romena. Em 1976, a Dacia decide romper a cooperaĆ§Ć£o com a empresa francesa Renault e comeƧar a produzir carros por conta prĆ³pria. Repletos de sucessos anteriores, os proprietĆ”rios de marcas romenos estĆ£o confiantes de que tĆŖm experiĆŖncia e sabedoria suficientes para conquistar o mercado europeu por conta prĆ³pria, sem compartilhar seus sucessos com mais ninguĆ©m. Mesmo antes do tĆ©rmino do contrato, serĆ” criado o modelo Dacia 2000, que, Ć© claro, Ć© a irmĆ£ gĆŖmea do Renault 20. Infelizmente, o carro nĆ£o estĆ” mais ganhando tanta popularidade quanto o modelo 1300 e no inĆ­cio ' s o governo da RomĆŖnia interfere na indĆŗstria automotiva.

Antes Dacia Ć© uma tarefa bastante difĆ­cil. Bem, o governo romeno ordena que o fabricante produza carros pequenos e, claro, baratos que o residente mĆ©dio deste paĆ­s possa pagar. Fruto de um trabalho Ć”rduo e, infelizmente, forƧado, Ć© o Dacia 500 Lastun. Infelizmente, uma olhada no carro Ć© suficiente para concluir que se trata de um erro terrĆ­vel - um motor fraco, acabamento trĆ”gico e estilo saĆ­do da Idade MĆ©dia significavam que o carro nĆ£o era muito popular.

Depois de muitos anos de seca e colapso, a Dacia renasceu em 1998 com o Nova. Para nĆ£o cometer outro erro, a fabricante busca a razĆ£o e o bom senso e decide usar muitas soluƧƵes de outras empresas, incluindo Peugeot e Renault. No entanto, a verdadeira revoluĆ§Ć£o veio um ano depois.

Em 1999, a Dacia pede desculpas Ć  Renault, que em troca compra uma participaĆ§Ć£o de 51% na empresa romena, tornando-se proprietĆ”ria da marca Dacia. Desde entĆ£o, esta marca discreta vem ganhando forƧa e conquistando lenta mas firmemente os coraƧƵes dos motoristas europeus. O primeiro passo nessa direĆ§Ć£o foi a modernizaĆ§Ć£o do modelo Nova. O carro tem motores mais novos e potentes, e o nome mudou para SuperNova - muito moderno.

Se no inĆ­cio a proporĆ§Ć£o das aƧƵes da marca romena era bastante equilibrada - 51 a 49 a favor da empresa francesa, ao longo dos anos a balanƧa pendeu para a Renault. Entrar no novo milĆŖnio para a Dacia significou o fortalecimento da hegemonia do fabricante francĆŖs, mas o fabricante de Mioveni recusou isso? Claro que nĆ£o, porque era sua Ćŗnica chance de entrar no mercado europeu. Sabia-se que a Dacia nĆ£o poderia lidar sozinha, e o poderoso apoio da Renault francesa seria inestimĆ”vel.

Depois que a Renault assumiu a maioria das aƧƵes em 1999, sua participaĆ§Ć£o saltou para 73,2% um ano depois e logo depois para 81,4%. Apenas um ano depois, 92,7% das aƧƵes passaram para as mĆ£os da empresa francesa e, em 2003, finalmente, 99,3%. Uma participaĆ§Ć£o modesta de 0,07% na Dacia parece permitir que a empresa mantenha seu crachĆ” e marca registrada. De qualquer forma, no mesmo ano, o sucessor do modelo SuperNova chamado Solenca entra no mercado - muito melhor equipado e feito com cuidado. Por alguma razĆ£o, a marca Renault pode ser vista de relance.

A aquisiĆ§Ć£o da Dacia pela Renault resultou em injeƧƵes maciƧas de dinheiro de quase 500 milhƵes de euros. A maior parte dessa quantia foi usada para modernizar fĆ”bricas romenas que nĆ£o eram modernizadas hĆ” anos. Em 2004, a Europa descobriu se esse investimento era lucrativo - o modelo Logan entrou no mercado, que logo se tornou um carro quase revolucionĆ”rio. Excelente equipamento a um preƧo muito baixo - essa combinaĆ§Ć£o foi suficiente para conquistar os mercados dos paĆ­ses em desenvolvimento, nĆ£o apenas da Europa. O enorme interesse dos compradores levou ao fato de que o carro tambĆ©m chegou Ć  Europa Ocidental, onde reinam os carros alemĆ£es e franceses. Os anos seguintes trouxeram novos modelos: Duster, Sandero, Logan em vĆ”rias variantes e, recentemente, o Lodgy, que estreou no SalĆ£o AutomĆ³vel de Genebra no inĆ­cio de marƧo deste ano.

A marca Dacia Ć© atualmente liderada por Jerome Olive, que sucedeu FranƧois Fourmont como presidente em 26 de novembro de 2009. O CEO anterior deixou a empresa de Miowen e se aposentou. Jerome Olive assumiu o cargo de administrador e logo depois se tornou CEO da Dacia. Olhando atravĆ©s de sua biografia, pode-se chegar Ć  conclusĆ£o de que ele Ć© a pessoa certa no lugar certo. Jerome Olive nasceu em 8 de dezembro de 1957. Em 1980, ele recebeu um diploma de engenharia do Instituto CatĆ³lico de Artes e OfĆ­cios, ICAM. JĆ©rĆ“me estĆ” associado Ć  marca francesa quase desde o inĆ­cio de sua carreira. JĆ” em 1982, comeƧou a trabalhar na fĆ”brica da Renault em Sandouville. Em 1985, assumiu as funƧƵes de investimento e operacional e, logo em seguida, tornou-se diretor de operaƧƵes. Os sucessos mais recentes de Jerome Olivia incluem sua nomeaĆ§Ć£o como Diretor de OperaƧƵes em Douai em 1999. Ɖ uma das maiores e mais modernas fĆ”bricas Renault do mundo. Apenas 5 anos apĆ³s este sucesso, Olivia tornou-se a CEO desta fĆ”brica. Quem foi o antecessor de Jerome Olivia?

Como jĆ” mencionado, FranƧois Fourmont deixou a Dacia e assim terminou sua grande carreira. FranƧois nasceu em 24 de dezembro de 1948. Ele tem uma educaĆ§Ć£o econĆ“mica superior e um diploma de ensino superior especializado. Como seu sucessor, ele comeƧou sua carreira na Renault. Inicialmente, em 1975, ocupou um cargo no Departamento de Recursos Humanos. De 1988 a 1998, ocupou vĆ”rios cargos nas fĆ”bricas de Sandouville e Le Mans, culminando em sua nomeaĆ§Ć£o em julho de 2003 como CEO da marca Dacia.

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